3.30.2006

This is just one of my favorite things

SORRISOS
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There is a Smile of Love,
And there is a Smile of Deceit,
And there is a Smile of Smiles
In which these two Smiles meet.

And there is a Frown of Hate,
And there is a Frown of disdain,
And there is a Frown of Frowns
Which you strive to forget in vain

For it sticks in the Heart's deep Core
And it sticks in the deep Back bone;
And no Smile that ever was smil'd
But only one Smile alone,

That betwixt the Cradle & Grave
It only once Smil'd can be;
But, when it once is Smil'd
There's an end to all Misery.


William Blake

Sound: ''Smile'' by Michael Buble
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REGANDO LENTAMENTE AS FLORES DO RISO...


Regando lentarmente as flores do riso,
vou já de neve em neve e lume em lume,
contornando a nordeste o paraíso
em terrenos de pedras ou de estrume,
com pequenas palavras na algibeira
das calças que mantenho ainda frias
da presença dos lares à minha beira.

E meto mãos e dentes nas vazias
flanelas limpas para o flanar antigo,
marcho directo e escasso, colocando
os pés azadamente.

Não persigo
ventos ou cores: sou pedro, zé, fernando,
nomes comuns, impróprios, que desdigo
baixinho e surdo, curto, enquanto ando.
PEDRO TAMEN

3.29.2006

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SAMSARA

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Ja não existe Deus !Tudo morreu Percorri os mundos
E perdi o meu voo nos seus caminhos lácteos,
Tão longe como a vida, nas suas velas fecundas,
Derrama areias de oiro e vagas prateadas;

Em toda a parte o solo deserto bordejado pelas ondas,
Turbilhões confusos de oceanos agitados...
Um sopro vago comove as esferas vagabundas,
Mas nenhum espírito existe nesta imensidão.

Procurando o olho de Deus, apenas vi uma órbita
Vasta, negra e sem fundo, de onde a noite que a habita
Irradia sobre o mundo a se adensa sempre;

Um estranho arco-íris rodeia este poço sombrio,
Entrada do antigo caos de que o nada é a sombra,
Espiral devoradora dos mundos e dos dias.

Mas se nada responde, na imensa extensão,
A não ser o eco do eterno desejo,
Adeus, desertos onde a alma abre uma asa louca
Adeus, sonho sublime, impossivell de atingir

E tu, divina Morte, onde tudo regressa e se apaga,
Acolhe teus filhos no teu seio estrelado;
Liberta-nos do tempo, do número e do espaço,
E devolve-nos o repouso que a vida perturbou.
Charles Marie Leconte de Lisle
1818–94
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Chuang Tzu and the Butterfly

Chuang Tzu in dream became a butterfly,
And the butterfly became Chuang Tzu at waking.
Which was the real—the butterfly or the man ?
Who can tell the end of the endless changes of things?
The water that flows into the depth of the distant sea
Returns in time to the shallows of a transparent stream.
The man, raising melons outside the green gate of the city,
Was once the Prince of the East Hill.
So must rank and riches vanish.
You know it, still you toil and toil—what for?
Li Po
( 701-762 CE)

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HOMENAGEAR

Cantiga de amigo

Ai flores, ai flores do verde pino,
se sabedes novas do meu amigo!
Ai Deus, e u é?

Ai flores, ai flores do verde ramo,
se sabedes novas do meu amado!
Ai Deus, e u é?

Se sabedes novas do meu amigo,
aquel que mentiu do que pôs comigo!
Ai Deus,e u é?

Se sabedes novas do meu amado,
aquel que mentiu do que mh á jurado!
Ai Deus, e u é?

Vós me preguntades polo voss' amigo,
e eu ben vos digo que é san' e vivo:
Ai Deus,e u é?

Vós me preguntades polo voss' amado,
e eu ben vos digo que é viv' e sano:
Ai Deus, e u é?

E eu ben vos digo que é san' e vivo
e seerá vosc' ant' o prazo saído:
Ai Deus,e u é?

E eu ben vos digo que é viv' e sano
e seerá vosc' ant' o prazo passado:
Ai Deus, e u é?

D. DENIS
1261- 1325

O requinte da poesia de D Dinis ,rei de Portugal,
A sua corte foi um dos centros literários mais notáveis da Península. E ele tambem que , em 1290, com o apoio do Papa, criou a primeira universidade portuguesa, a famosa Universidade de Coimbra.
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Painting: Leonardo da Vinci
Learn to recognize the false dawn from
the true; distinguish the colour of the wine
from the colour of the cup. Then it may
be that patience and time may produce,
out of the spectrum-viewing sight, true
vision, and you will behold colours other
than these mortal hues, you will see
pearls instead of stones. Pearls, did I
say? Nay more, you will become a sea,
you will become a sun travelling the sky.

JALAL AL-DIN RUMI
(1207-1273)

3.28.2006

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CONVICÇÕES
When bad things happen to good people
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Ó noite, deixa que o prisioneiro
termine 0 seu lamento.
Cedo, quando a aurora raiar,
agitar-se-á a sua asa
e o enforcado estremecerã
ao sopro do vento.
Os amigos dispersaram
e as suas taças quebraram-se.
Oh, noite, detem-te
e deixa que dê Iivre curso
aos meus sofrimentos.
E possIvel que tenhas esquecido
quem sou
e quais são
os meus tormentos.
Oh, que dor!
que rápidas deslizaram
as minhas horas nas tuas mãos.
Não penses que choro de medo.
Estas lágrirnas são pela minha pátria
e por um punhado de crianças famintas em casa.
Quem Ihes dará de comer depois da minha morte?
Meus jovens irmãos, os dois,
conhecerarn a forca antes de mim.
Que vai ser a vida da minha muiher?
Chorará por mim ou pelo destino
que espera os seus filhos?
Quando a luta me chamou
por que não deixei eu em volta do seu pulso
sequer uma pulseira?
ANONIMO PALESTINIANO
Os versos acima foram escritos por um combatente palesti-
niano nas paredes de uma cela da prisão de Akka, na noite antes de ser
enforcado.
Era urn guerrilheiro anónimo condenado a morte pela sua participa-
ção na revolta do povo da palestina contra o mandato britânico e a cob-
nizacão sionista, em 1936.

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I Am There

I come from there and remember,
I was born like everyone is born, I have a mother
and a house with many windows,
I have brothers, friends and a prison.
I have a wave that sea-gulls snatched away.
I have a view of my own and an extra blade of grass.
I have a moon past the peak of words.
I have the godsent food of birds and an olive tree beyond the kent of time.
I have traversed the land before swords turned bodies into banquets.
I come from there, I return the sky to its mother when for its mother the
sky cries, and I weep for a returning cloud to know me.
I have learned the words of blood-stained courts in order to break the rules.
I have learned and dismantled all the words to construct a single one:

Mahmoud Darwish
Mahmoud Darwish was born in 1942 in the village of Birwa in the Galilee, in the northern region of what was thenPalestine ...

3.27.2006

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MADRUGADA

MADRUGADA DE ALFAMA


Mora mum beco de Alfama
e chamam-lhe a Madrugada.
Mas ela. de tão `stouvada,
nem sabe come se chama.
Mora num’ água-furtada
que é a mais alta de Alfama,
a quo o sol primeiro inflama
quando acorda a madrugada.

Nem mesmo na Madragoa
ninguém compete com ela.
que do alto da jancla
tão cedo beija Lisboa.
E a sua colcha amarela
faz inveja á Madragoa:
Madragoa não perdoa
que madruguem mais do que ela.

Mora num beco de Alfama
e chamam-lhe a Madrugada.
São ,mastros de luz dourada
os ferros da sua cama.
E a sua colcha amarela
a brilhar sobre Lisboa
é como `státua de proa
que anuncia a caravela...
David Mourão Ferreira
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Imagem: MALUDA

I might repeat to myself, slowly and
soothingly,
a list of quotations beautiful from
minds profound;
if I can remember any of the damn
things.


DOROTHY PARKER

3.24.2006

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CARTA DO FUTURO

ORAÇÃO PELO FILHO QUE NUNCA CHEGARÁ A NASCER


Éramos tão pobres, ó meu filho, tão pobres
que até os ratos tinham pena de nós.
Todas as manhãs o teu pai ia á cidade
para ver se algum poderoso o empregava
nem que fosse apenas para limpar os estábulos
em troca de um pouco de arroz
Mas os poderosos
passavam ao largo sem ouvir queixas nem rogos.
E o teu pai voltava já de noite,
pálido, tão magro dentro das roupas coçadas,

que eu punha-me a chorar
e pedia a Jizo,
deus das mulheres e da fecundidade,
que não te trouxesse ao mundo
que te livrasse da fome e da humilhação.
E o bom Jizo atendia as minhas preces.

Assim passaram anos tristes.
Secaram os meus peitos.
E por fim,
teu pai morreu
e eu envelheci.
Agora espero terminar a vida
como o ocaso espera a noite que há-de cobrir-lhe
os olhos com o seu negro manto,
ó meu filho,
meu filho não nascido.

Mas, ao menos
graças a Jizo,
tu escapaste ao chicote dos Senhores
e a esta cruel vida de cães.

Nada nem ninguém te fará sofrer.
As injustiças do mundo jamais te alcançarão
como a flecha certeira não alcança
o falcão que, no céu,
voa mais alto.

Miki Taisuke


MY LETTERS ALL DEAD PAPER. . . (Sonnet XXVIII)

My letters! all dead paper, mute and white!
And yet they seem alive and quivering
Against my tremulous hands which loose the string
And let them drop down on my knee tonight.
This said—he wished to have me in his sight
Once, as a friend: this fixed a day in spring
To come and touch my hand. . . a simple thing,
Yes I wept for it—this . . . the paper's light. . .
Said, Dear, I love thee; and I sank and quailed
As if God's future thundered on my past.
This said, I am thine—and so its ink has paled
With lying at my heart that beat too fast.
And this . . . 0 Love, thy words have ill availed
If what this said, I dared repeat at last
Elizabeth Barrett Browning

3.23.2006

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CONTEMPLATING


Quem sou eu, a que está nesta varanda,
em frente deste mar, sob as estrelas,
vendo vultos andarem?

Sabem, acaso, os vultos quem vão sendo?
Sentem o ceu, as águas, quando passam?
Ou não véem, ou não lembram?

Como alguém deste mundo para a lua
dirige os olhos, meditando coisas
e assim no vago mira,

para este mundo vão meus pensamentos,
tao estrangeiros tao desapegados
como se esta varanda fosse a lua.


Cecília Meirelles




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Autor : Não foi possivel identificar

In the white forest of silver
Where the mauve shadow of the glades
expands in clouds of light,
in a diamond mist,

Near the frozen fountains,
amid the ferns of frost,
where rose trees of snow surrender
chill flowers to the icy mirrors,

Their lilac gowns spread
around their arms, linked in garlands,
the pallid queens of legends
are leaning upon urns.

But no one having sounded the awakening in
the frozen forest, whitened with ice,
the princesses could not live on
and sweetly died of endless sleep.


VALERE GILLE
"Legend" from "La Jeune Belgique"
(1892)

3.21.2006

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A INCONTESTÁVEL LEVEZA DE SER


TO HELENA


Acabo de inventar um novo advérbio: helenamente
A maneira mais triste de se estar contente
a de estar mais sozinho em meio de mais gente
de mais tarde saber alguma coisa antecipadamente
Emotiva atitude de quem age friamente
inalterável forma de se ser sempre diferente
maneira mais complexa de viver mais simplesmente
de ser-se o mesmo sempre e ser surpreendente
de estar num sitio tanto mais se mais ausente
e mais ausente estar se mais presente
de mais perto se estar se mais distante
de sentir mais o frio em tempo quente
O modo mais saudável de se estar doente
de se ser verdadeiro e revelar-se que se mente
de mentir muito verdadeiramente
de dizer a verdade falsamente
de se mostrar profundo superficialmente
de ser-se o mais real sendo aparente
de menos agredir mais agressivamente
de ser-se singular se mais corrente
e mais contraditório quanto mais coerente
A via enviesada para ir-se em frente
a treda actuacão de quem actua lealmente
e é tão impassivel como comovente
o modo mais precário de ser mais permanente
de tentar tanto mais quanto menos se tente
de ser pacífico e ao mesmo tempo combatente
de estar mais no passado se mais no presente
de não se ter ninguém e ter em cada homem um parente
de ser tão insensível como quem mais sente
de melhor se curvar se altivamente
de perder a cabeça mas serenamente
de tudo perdoar e todos justiçar dente por dente
de tanto desistir e de ser tão constante
de articular melhor sendo menos fluente
e fazer maior mal quando se está mais inocente
É sob aspecto frágil revelar-se resistente
é para interessar-se ser indiferente
Quando helena recusa é que consente
se tão pouco perdoa é por ser indulgente
baixa os olhos se quer ser insolente
Ninguém é tão iniconscientemente consciente
tão inconsequentemente consequente
Se em tantos dons abunda é por ser indigente
e só convence assim por não ser muito convincente
e melhor fundamenta o mais insubsistente
Acabo de inventar um novo advérbjo: helenamente
0 mar a terra o fumo a pedra simultaneamente

RUI BELO
Obra poetica
vol.2
There is a being, wonderful, perfect;
it existed before heaven and earth.
How quiet it is!
How spiritual it is!
It stands alone and it does not change.
It moves around and around, but does not on this account suffer.
All lf comes from it.
It wraps everything with its love as in a garments
and yet It claims no honour, for it does not demand to be Lord.
I do not know its name, and so I call it Tao, the Way, and rejoice in its power.

Lao-tzu

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Renewal

Autor : Nao possivel identificar

ÁRVORE RUMOROSA

Ávore rumorosa pedestal da sombra
sinal de intirnidade decrescente
que a primavera veste pontualmente
e os olhos do poeta de repente deslumbra

Receptáculo anónimo do espanto
capaz de encher aquele que direito á morte passa
e no ar da manhã inconsequentemente traça
o rasto desprendido do seu canto

Não há inverno rigoroso que te impeça
de rematar esse trabalho que começa
na primeira folha que nos braços te desponta

Explodiste de vida e és serenidade
e imprimes no coração mais fundo da cidade
a marca do princípio a que tudo remonta
Obra poetica
RUI BELO

I died from minerality and became vegetable;
And From vegetativeness I died and became animal.
I died from animality and became man.
Then why fear disappearance through death?
Next time I shall die
Bringing forth wings and feathers like angels;
After that, soaring higher than angels -
What you cannot imagine,
I shall be that.
Rumi

3.20.2006

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TROPICAl TASTES
Autor: O'keeffe


"Imagine-se o que será de frutos esse gigantesco Brasil ... "


Frutas do Ceará

Ubaia, ameixa, quixaba,
Velludo, murta, juá
Herva moura, gordião,
Mari, côco, trapid.

Jaca, condessa e oiti,
Ingá, pitomba e caju,
Lima, cabaça e imbú,
Palmeira, coité, piqui,
Pintha braba e murici,
Quixabeira e guabiraba,
Fruita de abóbra e mangaba,
Graviola e jaiobá,
Uva, peroba, araçá,
Ubaia, ameixa, quixaba.

Mucunã a cajarana,
Urucúú jaramataia
E melancia da praia,
Mangaba, pinha e banana,
Fava e canna cayanna,
Cabacinha e croatá,
Canapum, maracujá,
Chique-chique e feijão brabo,
Mandacarú e quiabo,
Velludo, murta, juá.

Inhame, colé, cará,
Vinagreira, araticum,
Côco, catolé, girmum,
Maxixe, manga e croá,
Tomate, manipuçá,
Maripungo e algodão,
Carrapateira e pinhão,
Jerubeba, maniçoba,
Tambory, romã, caroba,
Herva-moura, gordião
.
Laranja, manguibe, limão,
Lyro, jatobahy,
Morangaba e burity,
Coco da praia e meläo,
Canna creoula e mamão,
Melancia e ananá,
Fruita de jacú, cajá,
Sabonete e macahuba,
Ingahy e carnahuba,
Marl, côco, trapid.

Leonardo Motta
Cantadores

Sound
Gal Costa - País Tropical

3.16.2006

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The MoonAutor Não foi possivel identificar

DIDÁCTICA

Uma noite por ano uma noite pelo menos
assaltemos o céu e a Lua aprisionemos
Uma noite Uma noite Uma noite pelo menos

Armas Algemas Cães 0 que for necessário
Tragam-na dentro dum, foguetão celular
E mantenham-na presa uma noite pelo menos

Interroguem então a prisioneira Lua
Nao Ihe poupem o corpo a nenhuma tortura
Uma noite por ano Uma noite pelo menos

Veremos se confessa o que nem nós sabemos
Chicoteiem-lhe o peito E fustiguem-Ihe o ventre
Deixem-na toda em sangue uma noite pelo menos

É peciso que saiba os recursos que temos
É preciso que aprenda É preciso que a prendam
uma noite por ano Uma noite pelo menos

David Mourão Ferreira

Autor: Nao foi possivel identificar

THOSE DANCING DAYS ARE GONE

Come, let me sing into your ear;
Those dancing days are gone,
All that silk and satin gear;
Crouch upon a stone,
Wrapping that foul body up
In as foul a rag:
I carry the sun in a golden cup.
The moon in a silver bag.

Curse as you may I sing it through;
What matter if the knave
That the most could pleasure you,
The children that he gave,
Are somewhere sleeping like a top
Under a marble flag?
I carry the sun in a golden cup.
The moon in a silver bag.

I thought it out this very day.
Noon upon the clock,
A man may put pretence away
Who leans upon a stick,
May sing, and sing until he drop,
Whether to maid or hag:
I carry the sun in a golden cup,
The moon in a silver bag.

William Butler Yeats


Sound

Pink floyd :Eclipse

3.14.2006

This is just one of my favorite things

CHARLESTON-CHAMPAGNE-CHANEL

THE GREAT GATSBY

Chapter III


THERE was music from my neighbour’s house through the summer nights. In his blue gardens men and girls came and went like moths among the whisperings and the champagne and the stan. At high tide in the afternoon I watched his guests diving from the tower of his raft, or taking the sun on the hot sand of his beach while his two motor-boats slit the waters of the Sound, drawing aquaplanes over cataracts of foam. On week-ends his Rolls-Royce became an omnibus, bearing parties to and from the city between nine in the morning and long past midnight, while his station wagon scampered like a brisk yellow bug to meet all trains. And on Mondays eight servants, including an extra gardener, toiled all day with mops and scrubbing-brushes and hammers and garden-shears, repairing the ravages of the night before.
Every Friday five crates of oranges and lemons arrived from
fruiterer in New York every Monday these same oranges and lemons left his back door in a pyramid of pulpless halves. There was a machine in the kitchen which could extract the juice of two hundred oranges in half an hour if a little button was pressed two hundred times by a butler’s thumb.
At least once a fortnight a corps of caterers came down with several hundred feet of canvas and enough coloured lights to make a Christmas tree of Gatsby’s enormous garden. On buffet tables, garnished with glistening hors-d’oeuvre, spiced baked hams crowded against salads of harlequin designs and pastry pigs and turkeys bewitched to a dark gold. In the main hall bar with a real brass rail was set up, and stocked with gins
and liquors and with cordials so long forgotten that most of his female guests were too young to know one from another.
By seven o’clock the orchestra has arrived, no thin five-piece affair, but a whole pitful of oboes and trombones and saxophones and viols and cornea and piccolos, and low and high drums. The last swimmers have come in from the beach now and are dressing upstairs; the cars from New York are parked five deep in the drive, and already the halls and salons and verandas are gaudy with primary colours, and hair bobbed in strange new ways, and shawls beyond the dreams of Castile. The bar is in full swing, and floating rounds of cocktails permeate the garden outside, until the air is alive with chatter and laughter, and casual innuendo and introductions forgotten on the spot, and enthusiastic meetings between women who never knew each other’s names.
The lights grow brighter as the earth lurches away from the sun, and now the orchestra is playing yellow cocktail music, and the opera of voices pitches a key higher. Laughter is easier minute by minute, spilled with prodigality, tipped out at a cheerful wont. The groups change more swiftly, swell with new arrivals, dissolve and form in the same breath; already there are wanderers, confident girls who weave here and there among the stouter and more stable, become for a sharp, joyous moment the centre of a group, and then, excited with triumph, glide on through the sea-change of faces and voices and colour under the constantly changing light.

...

To be continue

The Great Gatsby
F.Scott Fitzgerald
Sound
Louis Armstrong
The Cotton Club Orchestra

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Hábitos

Jacqueline -David D. Duncan

VAGA LIÇÃO. FORTUNA

A poesia, tal como a entendo, é inútil.
Para que terei então chegado aqui?
Novembro destruirá as passadas folhas, assim como a luz
dos teus olhos queimará as palavras que entoo.
Os rios secos de choro atravessam a planície
de um longínquo pais irrecuperável, a cuja memoria prendo
o pensamento. Uma secreta claridade se desprende dos
dedos da cobra, e os arbustos refugiara inquietantes ruídos
animais. Oh hábitos, calma tranquilidade que reina
nestes interiores domínios! Só o observador dos astros
se não distrai da sua nocturna actividade.
Quantos esforços involuntários o amor deixou
atrás de si, e só as mudas paredes do quarto lhes guardam
a distante recordação. Conjecturas, disposições, vagas
esperanças, tudo isso o tempo consome e gasta nas suas
mortais mandíbulas. Ninguém revelará a profunda exactidão
destes acasos. A loucura envolvera o que digo
em sucessivas camadas de pó e lama. A feminina deslocação
dos teus lábios afasta-se, e nem a obstinada suspeita
de um oculto desejo evita o progressivo esquecimento,
os traços do rosto a apagarem-se, o leve roçar dos cabelos
a flor da pele. Nem no poema te reconstituo, sólida
figura de carne e osso que outrora apertei. Ou antes:
quem tomará a sério a palavra de um distraído inventor
de silêncio? Bem te supus longe, envolvido nos abismos
e jogos de linguagem e de razão. A verdade e a mentira,
o desgosto e o humano pressentimento da alegria,
a tomada da vertigem ou as transitórias miragens
da ausente felicidade terrestre,
tudo me transmiti na ambiguidade da obscura passagem,
antes de me descobrir em direcção a nada,
a absolutamente nada, a menos ainda do que o decisivo instante
de coisa nenhuma.

Nuno júdice

Sound
Ottis Redding
Sittin on the dock of the Bay

coming soon

3.12.2006

This is just one of my favorite things

Coragem

Unidentified author

Vampiros

No céu cinzento
Sob o astro mudo
Batendo as asas
Pela noite calada
Vem em bandos
Com pés veludo
Chupar o sangue
Fresco da manada
Se alguém se engana
Com seu ar sisudo
E lhes franqueia
As portas à chegada
Eles comem tudo
Eles comem tudo
Eles comem tudo
E não deixam nada
A toda a parte
Chegam os vampiros
Poisam nos prédios
Poisam nas calçadas
Trazem no ventre
Despojos antigos
Mas nada os prende
Às vidas acabadas
São os mordomos
Do universo todo
Senhores à força
Mandadores sem lei
Enchem as tulhas
Bebem vinho novo
Dançam a ronda
No pinhal do rei
Eles comem tudo
Eles comem tudo
Eles comem tudo
E não deixam nada
No chão do medo
Tombam os vencidos
Ouvem-se os gritos
Na noite abafada
Jazem nos fossos
Vítimas dum credo
E não se esgota
O sangue da manada
Se alguém se engana
Com seu ar sisudo
E lhes franqueia
As portas à chegada
Eles comem tudo
Eles comem tudo
Eles comem tudo
E não deixam nada
Eles comem tudo
Eles comem tudo
Eles comem tudo
E não deixam nada

- Zeca Afonso

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Unidentified author
The reality of the other person is not in what he reveals to you,
but in what he cannot reveal to you.
Therefore, if you would understand him,listen not to
what he says but rather to what he does not say.

Kahlil Gibran

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Maya Angelou
Uma das maiores poetisas Americanas


Still I Rise

You may write me down in history
With your bitter, twisted lies,
You may trod me in the very dirt
But still, like dust, I'll rise.

Does my sassiness upset you?
Why are you beset with gloom?
'Cause I walk like I've got oil wells
Pumping in my living room.

Just like moons and like suns,
With the certainty of tides,
Just like hopes springing high,
Still I'll rise.

Did you want to see me broken?
Bowed head and lowered eyes?
Shoulders falling down like teardrops.
Weakened by my soulful cries.

Does my haughtiness offend you?
Don't you take it awful hard
'Cause I laugh like I've got gold mines
Diggin' in my own back yard.

You may shoot me with your words,
You may cut me with your eyes,
You may kill me with your hatefulness,
But still, like air, I'll rise.

Does my sexiness upset you?
Does it come as a surprise
That I dance like I've got diamonds
At the meeting of my thighs?

Out of the huts of history's shame
I rise
Up from a past that's rooted in pain
I rise
I'm a black ocean, leaping and wide,
Welling and swelling I bear in the tide.
Leaving behind nights of terror and fear
I rise
Into a daybreak that's wondrously clear
I rise
Bringing the gifts that my ancestors gave,
I am the dream and the hope of the slave.
I rise
I rise
I rise.

Maya Angelou

3.10.2006

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SUBLIME
My favorite Word

From the book “Monet’s water lilies”
By :Vivian Russell


Tratado do sublime

Capitulo VII

Como se possa conhecer o Sublime.


Devemos saber, amado Terenciano, que assim como nesta nossa vida não se reputa coisa grande aquela cujo desprezo è grande, como v. g. as riquezas, as honras, as dignidades, os impérios e todos os outros bens que so exteriormente têm um pomposo aparato, assim também a um espírito prudente não parecerão bens extraordinários aqueles cujo desprezo for um bem não pequeno; pois menos costumamos admirar os que os possuem do que aqueles que, podendo possui-los, os desprezam por grandeza de ânimo. Por isso, talvez também devemos observar os lugares elevados dos Poemas e Orações; porque alguns têm aparência de grandeza, fingida muitas vezes temerariamente com palavras estrondosas; mas, postos depois a vista e examinados, só se lhes acha um vão tumor que os faz mais dignos de desprezo do que de admiração. Porque a nossa alma naturalmente se eleva em certo modo com o Sublime verdadeiro; e, concebendo um nobre e soberbo ardor, se enche de grande alegria e jactância, como se ela mesmo houvera produzido o que ouviu. Mas quando de um homem sábio e versado em estudos da Eloquência ouvimos em qualquer ocasião algum lugar gue nern eleva a nossa alma a sublimidade, nem deixa que ponderar mais a nossa ideia do que o mesmo que se disse; e, antes pelo contrário, cai e não sustém a sua grandeza (Se uma e outra vez observares) não pode jamais ser verdadeiro Sublime, pois que so se conserva nos ouvidos enquanto dura o som das palavras. 0 verdadeiro Grande e Sublime é aquele cuja admiracão nos tem por muito tempo suspenso o ânimo: sendo difícil, ou para meihor dizer, impossIvel o resistir-lhe, por se conservar firme e indelével na nossa memória. Enfim, o julgo bom e verdadeiro Sublime aquele que sempre agrada, e a todos ; porque quando uma mesma coisa dita em presença de pessoas que diferem em profissão, em vida, em
afectos, em idade e em linguagem, agrada uniformemente
a todos, então o juízo e aprovação que resulta de génios que são discordes em outras matérias, adquire uma prova vigorosa e indubitável de que é sublime e maravilhosa.



Capitulo VIII

Dos cinco lugares de que nasce o Sublime.

Cinco são (para assim dizermos) as fertilissimas fontes
da Sublimidade, devendo supor-se dantes, como fundamento
universal destas cinco espécies, a faculdade de dizer, sem
a qual tudo o mais fica inútil. A primeira e mais considerável
é uma certa elevacão do espírito, que nos faz pensar com
abundãncia e felicidade ... É a segunda o afecto veemente e cheio de
entusiasmo; mas estas duas fontes do Sublime nascem pela maior parte da mesma natureza, as outras se adquirem pela arte. Consiste a terceira em uma certa disposicão das figuras, as quais são de duas espécies: umas pertencem ao modo de pensar, outras ao de dizer. A quarta é a frase nobre. Esta se divide também em duas classes, quais são a escolha dos vocábulos e a dicçao elegante e figurada. A quinta, que é causa da grandeza e compreende em si todas as antecedentes, é a composicão em toda a sua dignidade e elevação.
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CAPtTULO X
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Igual aos Deuses me parece aquele,
Que fronte a fronte te contempla, e junto
De ti se assenta, que ditoso te ouve
Doce falando,
E doce rindo; mas apenas vejo
0 teu semblante, o coração medroso
Salta no peito, nem voz na garganta
Mais se me solta:
Fica-me a lingua entorpecida, e logo
Um logo corre subtilmente o corpo,
Perco dos olhos a luz, e os ouvidos
Sinto tinir-me.
Frígida toda, banhada em suores
Tremo, e o rosto se me amarelece.
Perto, e da morte, que por pouco expiro
Já me parece.
Mas se o preciso, sofrer devo tudo, etc.
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Sappho. (c. 610., 570 BC)

‘Tratado do sublime
de Dionisio Longino’

De: Jose de Oliveira


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3.09.2006

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Pão e Poesia



O CARTEIRO

Tira-me o pão, se quiseres,

tira-me o ar, mas não

me tires o teu riso.



Não me tires a rosa,

a lança que desfolhas,

a água que de súbito

brota da tua alegria,

a repentina onda

de prata que em ti nasce.



A minha luta é dura e regresso

com os olhos cansados

às vezes por ver

que a terra não muda,

mas ao entrar teu riso

sobe ao céu a procurar-me

e abre-me todas

as portas da vida.



Meu amor, nos momentos

mais escuros solta

o teu riso e se de súbito

vires que o meu sangue mancha

as pedras da rua,

ri, porque o teu riso

será para as minhas mãos

como uma espada fresca.



À beira do mar, no outono,

teu riso deve erguer

sua cascata de espuma,

e na primavera, amor,

quero teu riso como

a flor que esperava,

a flor azul, a rosa

da minha pátria sonora.



Ri-te da noite,

do dia, da lua,

ri-te das ruas

tortas da ilha,

ri-te deste grosseiro

rapaz que te ama,

mas quando abro

os olhos e os fecho,

quando meus passos vão,

quando voltam meus passos,

nega-me o pão, o ar,

a luz, a primavera,

mas nunca o teu riso,

porque então morreria.


Pablo Neruda

3.08.2006

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Celebrar ser mulher


As mulheres de Camões

Senhoras, Damas, Meninas e Pastoras
Fermosas Musas, anónimas, Cativas
Graças, Ventura, Razão, Fortuna e Fama
Deusas, Deidades, Semideias, nuas
Napeias, Nereidas, Naiades, a nado
Ceres, Circe, CIpria e Cibele
Medeia, Medusa, Minerva e Marfida
(nelas se o mar, se finda, logo recomeça)
Ana, Barbara, Catarina, Domimgas
Elisa, Francisca, Galateia, Helena
Inez, Joana, Lianor, Maria
Natércia, 0., Pórcia, Q., R., Silvana
Tisbe, U., Valéria, Xantopeia
Zenóbia
(que letras faltam para as dizer todas
que so do texto o todo me ficou...)

Alcíone, Anfitrite, Artemisa, Aurora
EurIdice, Ester, Efire, Elena, Ericina
Inez
Outra
ubíqua
Belisa, Betsabé
Clóris, CalIope, CItereia, Circe, Camila
Cleópatra, Cassandra
Dinamene, Daliana, Dido, Dianira
Diana, Délia, Dione, Dóris, Diva, Deusas, Donas
Francisca, Fedra, Filomela, Flora
Grácia, Galateia, Genebra
Helena
Juno
Lia, Laura, Lucina, Lucrécia, Leteia, LeninOria, Leonela
Musas (várias, fermosas, muitas e meninas)
Nize, Ninfas (mais fremosas ainda!)
outras, outras
Panopeia, Pastoras (q.b.)
Raquel
Sibela, Semprônia, Sirena e Senhoras tantas
Tágides, Tethis
ünicas
e
VENUS
(mulheres reais, sombras imaginárias, fadas fátuas em todas pus meu pénis, meu penar
em todas minha pena foi pensar em todas os meus olhos se cegaram mas não chegaram todas que bastassem este meu duro génio de penetrar o mar)
Camões

One isn't necessarily born with courage, but one is born with potential. Without courage, we cannot practice any other virtue with consistency. We can't be kind, true, merciful, generous, or honest.
Maya Angelou
To show your true ability is always, in a sense, to surpass the limits of your ability, to go a little beyond them: to dare, to seek, to invent; it is at such a moment that new talents are revealed, discovered, and realized.
Simone de Beauvoir
Without leaps of imagination, or dreaming, we lose the excitement of possibilities. Dreaming, after all, is a form of planning.
Gloria Steinem

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SONHO EGIPCIO

No palácio, os pavões são apenas dizê-los...
As asas cor do longe erguidas sobre mim
Existem os pavões... 0 meu sentir-me é vê-los...
E o meu sonhar-te, além, são lagos no jardim.

Quando passei no parque, eu encontrei Nitokris.
Vi-a. Fitei-lhe as mãos para poder senti-las...
Meus olhos foram naus em águas intranquilas,
Meus sentidos, anéis nos dedos de Nitokris.

Labirinto de sons. Adormeço-me oiro.
Ânsia apagada. Deus desce minha alma em oiro.
Meus olhos para te ver, arcadas nos espelhos.

Rezas que nunca ouvi. Hálitos de saudades.
E as tuas mãos, ao largo, ungindo divindades
Cismam Ibis, pagãos, sobre tapetes velhos.

ALFREDO PEDRO GUISADO
(in Orpheu 1)

3.06.2006

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Waratah

©M

Os vinhos são como os homens, com o tempo, os maus azedam e os bons apuram...
Cícero

3.05.2006

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Girassol

Quando falares, cuida para que as tuas palavras, sejam melhores que o silêncio.
Provérbio indiano

3.04.2006

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©M
Lancei os meus sonhos aos teus pés;
Caminha gentilmente, porque caminhas nos meus sonhos.
William Butler Yeats

3.03.2006

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©M

Duvida é mais cruel do que a pior das verdades
Molière