4.07.2006

This is just one of my favorite things

SER

OUTRO
Passo triste no mundo, alheio ao mundo.
Passo no mundo alheio, sem o ver,
É, místico, ideal e vagabundo,
Sinto erguer-se minh’Alma do profundo
Abismo do meu Ser.

Vivo de Mim em Mim e para Mim
E para Deus em Mim ressuscitado.
Sou Saudade do Longe d’onde vim,
E sou Ãnsia do Longe em que por fim
Serei transfigurado.

Vivo de Deus, em Deus e para Deus,
E minha ’Alma, sonâmbula esquecida,
N’Ele fitando os tristes olhos seus
Passa triste e sozinha olhando os céus
No caminho da Vida.

Fui Outro e, Outro sendo, Outro serei,
Outro vivendo e mística beleza
Por esta humana forma que encarnei,
Por lágrimas de sangue que chorei
Na terra de tristeza.

Espiríto na Dor puxificado,
Ser que passa no mundo sem a ver.
Em esta pobre terra de pecado
Amor divino em Deus extasiado.
o meu Ser é Nào-ser em Outro-ser
Ronaldo de carvalho
Lisboa
1914
in Orpheu 1
The Happiness of Also Refusing Happiness
The happiness of refusing happiness
The joy of refusing joy
Passionately keeping passion back
Proudly breaking pride in ecstasy.
Night in the forest on trouble’s path
All rustling has become one tree
One secret calling cry for help
One star glowing, a small eye.
What’s sense here? I don’t know why--
Still walking, now I’m at the door
Chaos behind. The door’s a lamp
Inside the cry of help before.
The mussar house inside of me
Murmurs, mirage of childhood awe
Yellow the lamp above the door
Faces parchment ecstatic glow
They’re putting it out.
All kinds of cryIn black dispersed.
Wings’ heat unloosed
Cry of pain exalted sings
I am on fire, and in terror: frost
The mussar songs of distant past
Which years-long awed me radiant
My whole life’s warring with myself
Winning, I’m lost in forest chant.
Light’s out. Again dark radiates
The mussar song, pained ecstasy
The happiness of refusing happiness
And the joy of also refusing joy.
Original Yiddish poem
Mussar: Jewish religious-ethical movement, beginning in nineteenth-century Eastern Europe, stressing rigorous self-examination and purification of motives in the service of God.

1 Comments:

Blogger RS said...

A ânsia de não sermos sempre me transcendeu. Por algum motivo sombrio, "sermos" não é o suficiente.

Um abraço,
RS

10.4.06  

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